"Longe de todos e perto dos meus amores"

Desde o dia do meu casamento, ou melhor quando eu e o Paulo começamos a planejar nossa vida juntos sabíamos que estaríamos longe das nossas famílias, iríamos morar em uma cidade do interior, onde conhecíamos um ao outro.

Meu marido é funcionário público e passou em um concurso para trabalhar aqui, onde moramos, Umuarama. 

No começo tudo foi festa, apesar de eu sempre estar perto dos meus pais e irmãos vi com naturalidade isso...como está na Bíblia "Deixará o homem pai e mãe..."

E assim começamos nossas vidas, meu marido por causa do trabalho e da facilidade em comunicar-se (verbalmente) logo fez amigos e conheceu pessoas.

Comigo a história foi bem diferente, vim para cá sem trabalho ou expectativa de um, e ao contrário do Paulo sou tímida (prefiro escrever ao falar), é só olharem para mim que lá estão minhas bochechas "piscando"...

Com o tempo fui me acostumando a ficar longe, a ser independente, a organizar a casa do meu jeito (meu marido sempre deu liberdade para mim nesse sentido), a fazer compras sozinha, passar os fins de semana assistindo TV e dormindo com o maridinho e talvez o pior de tudo não receber visitas...como é difícil arrumar a casa só para a gente ver, sem ter alguém para acolhermos...

Isso começou a mudar com a chegada do Arthur, agora não passo mais tempo sozinha, sou mãe 24 horas...sim 24 horas literalmente...já que meu marido trabalha durante o dia e estuda à noite, além de viajar a trabalho algumas vezes....nos fins de semana nos comprometemos com os trabalhos da igreja (mais o Paulo que faz parte da equipe de louvor).

É maravilhoso ser mãe em tempo integral, ter meu filho comigo durante as compras no supermercado, tê-lo ao meu lado durante a organização e limpeza da casa (como decidi ficar em casa, pelo menos esse ano, sem trabalhar, dispensamos a empregada), mas isso me faz abrir mão de algumas coisas, já não posso ir ao salão, faz tempo que não apareço por lá...só passo em frente para dar um "oi"; já não passo horas em frente ao computador...só estou aqui quando o Arthur está dormindo ou por alguns poucos minutos que ele fica junto a mim em frente a tela sem querer "arrancar" as teclas...

Sei que muitas mães passam por isso, algumas estão mais longe do que os quase 700km que eu estou dos meus pais e irmãos, mas queria contar um pouco disso aqui.

Algumas vezes penso nas vantagens que se tem em estar longe, não tem mil palpites na papinha do Arthur, consigo cumprir com o cardápio passado pela pediatra (sem comidinhas extras oferecidas pela vovó), posso discutir com o marido e logo em seguida fazer as pazes sem ter alguém "metendo a colher"...

O mais importante é que tentamos ser mais felizes a cada dia com o que Deus nos proporcionou aqui, contornamos as noites sem dormir com soninhos quando o Arthur dorme...passamos horas brincando com o Arthur sem nos preocuparmos com mais nada...

Arthur brincando na sala de casa.

Dia 15 de maio é o Dia da Doença Celíaca.

Que tal conhecer um pouco mais sobre essa doença e preparar uma  deliciosa receitinha sem glúten?!